top of page

Saiba quais os principais tipos de candirus e onde eles são mais encontrados em RO

No estado, há cerca de 10 casos por ano de penetração do candiru em orifícios do corpo humano, como uretra, ânus e vagina.
 

Revista Imagem - Vilhena-RO | 06/06/2021 - 09:33


O candiru, conhecido como 'peixe vampiro', é da família Trichomycteridae, que engloba mais de 280 espécies, com cerca de 40 gêneros. Segundo especialistas, ele é um parasita, se alimenta de outros peixes e pode chegar a medir até 30 centímetros.


No Rio Madeira, em Rondônia, há dois tipos deles: um é o pequeno, chamado de 'candiru vampiro' e o outro é o 'candiru-cação'. Segundo a doutora em desenvolvimento sustentável do trópico úmido, Carolina Rodrigues da Costa Doria, que atua na Universidade Federal de Rondônia (Unir), esses peixes são de famílias diferentes.


"O candiru vampiro vai precisar [se alimentar] do peixe vivo para poder viver. Ele é comum no Rio Madeira, em áreas conhecidas como águas brancas. O outro é o candiru-cação, ele também é comum em águas brancas, mas esse não penetra em corpos de indivíduos vivos, esse se alimenta de peixes que já estão quase mortos, em decomposição ou estado de putrefação".


"Com o tempo para a retirada do peixe, que provavelmente estava machucado, houve a primeira entrada do candiru vampiro nas brânquias e depois os outros candirus. Se o peixe estivesse moribundo deve ter entrado até o candiru-cação", comentou.


Onde são encontrados com maior facilidade?

O candiru tem a anatomia do corpo preparada para ajudar na sua camuflagem em "águas brancas", que são aquelas com presença de sedimentos, comuns do Rio Madeira, em Rondônia.


Na região próxima a Porto Velho esse tipo de peixe pode ser encontrado com maior facilidade próximo as barragens das hidrelétricas construídas no Madeira (entenda ao final da reportagem os impactos das usinas).


Por suas características, o Rio Madeira em Porto Velho, é considerado um rio de águas "barrentas", pois carrega grande quantidade de sedimento às suas margens, provocando desbarrancamento e levando areia para dentro do rio.


Esse ambiente, que é formado pela força do rio, segundo o biólogo Flávio Terassini, é onde os candirus gostam, pois "eles ficam camuflados e passam despercebidos, principalmente no fundo dos rios, próximo ao lodo".


"A visibilidade no Rio Madeira é praticamente zero. Se mergulhar, quase não é possível enxergar. Esses peixes possuem sensores. Ao entrar no Rio Madeira em qualquer região, principalmente agora na época da seca, pode sim, entrar em contato com o candiru", explica Terassini.


Como evitar acidentes com candiru?

Em Rondônia, há cerca de 10 casos por ano de penetração do candiru em orifícios do corpo humano, como uretra, ânus e vagina. Para evitar acidentes com o peixe, Carolina Doria, explica que é recomendada a entrada nos rios amazônicos com as roupas adequadas.


"É importante ressaltar que não é um peixe feroz que vai comer gente viva, pois isso não acontece. O pescador que pesca no Madeira sabe que é um rio que tem candiru e que não é todo dia e toda hora que encontra o peixe no rio".


"O candiru não vai comer ninguém vivo, também não vai entrar em pessoas que estiverem nadando corretamente vestidas com biquíni ou sunga", disse.


Alterações após as usinas

A pesquisadora conta ainda que com a construção das usinas hidrelétricas houve uma limitação no percurso natural da migração das espécies que vivem no Rio Madeira. Mesmo que tenham sido feitas pelas concessionárias das hidrelétricas, um corredor para que os peixes façam o trajeto rio acima, os animais podem se machucar nesse movimento. Com as lesões abertas, o sangue no rio atrai os candirus.


"Nessa região da barragem da usina de Santo Antônio e de Jirau está tendo um acúmulo de peixes e eles ficam muito machucados. Os peixes não conseguem passar pelo sistema de transposição e ao tentar passar eles ficam muito machucados. Isso acaba atraindo os candirus para a região", explicou.

"Mas não podemos afirmar que está tendo alguma superpopulação desses animais. Não há estudos que permitam essa confirmação. O candiru sempre esteve no Madeira. Eles aparecem nessa região [das barragens] em grande quantidade, pois existem peixes machucados".

 

Por Revista Imagem | Fonte G1RO

AnuncieAqui_edited.jpg
Expressa.jpg
AnuncieAqui_edited.jpg
Informe erro na matéria ou
envie sua sugestão de notícia

Mensagem enviada com sucesso! Entraremos em contato se for o caso.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
bottom of page