Povo Cinta Larga concilia produção de castanha e proteção da floresta
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Povo Cinta Larga concilia produção de castanha e proteção da floresta

A produção de castanha do povo Cinta Larga vai atingir 80 toneladas na safra 2020-2021, na Terra Indígena Roosevelt.
 

Revista Imagem - Vilhena-RO | 14/04/2021 - 08:43


"Agente tem tudo para abranger a agricultura familiar mantendo a cultura do nosso Povo Cinta Larga. E a Coocasin provou que tem esse legado de ensinar o índio a trabalhar, a ganhar seus R$ 1.500,00 por mês, a segurar o seu dinheiro. Então tem como ele viver melhor. E a nossa cooperativa vem provando isso, tirando indígenas da criminalidade, da bebida, das drogas." Com essas palavras, João Cinta Larga, presidente da Cooperativa Extrativista de Castanha Indígena (Coocasin), define a importância da coleta e beneficiamento da castanha produtiva para a autonomia de sua comunidade.


A produção de castanha do povo Cinta Larga vai atingir 80 toneladas na safra 2020-2021, na Terra Indígena Roosevelt, localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Para realizar a coleta da castanha nos milhares de hectares de castanhais, os indígenas Cinta Larga contam com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a aquisição de ferramentas, a instalação de maquinário para o beneficiamento da castanha, o transporte da produção e a capacitação dos indígenas.


Para o presidente da Funai, Marcelo Xavier, o povo Cinta Larga soube desenvolver a atividade extrativista de forma a conciliar o ganho econômico com a preservação da floresta no território indígena. “É importante reconhecer a integração entre atividade sustentável, geração de emprego e renda e qualidade do produto. A conservação da floresta também agrega valor à castanha, o que confirma a força de projetos sustentáveis realizados pela comunidade indígena”, afirma Xavier.


A produção da castanha gera emprego para cerca de 280 famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia. Em 2020, os Cinta Larga venderam parte da produção para o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA/RO). “A nossa expectativa para os próximos anos é ampliar ainda mais esse mercado. Nós já estamos com uma conversa bem avançada com os compradores dos Estados Unidos e temos certeza que essa conquista logo vai acontecer”, destaca o presidente da Coocasin, João Cinta Larga.


“Foi a primeira vez que os indígenas entregaram parte da produção da castanha ao Programa de Aquisição de Alimentos do estado de Rondônia. Isso demonstra a necessidade dos povos indígenas em diversificarem sua produção. Nosso produto agrega valor, tem um preço justo e estamos com a documentação em dia, sendo possível a participação nos demais programas de governo ofertados”, ressalta João Cinta Larga.


O coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da Funai, Juan Negret Scalia, avalia ser fundamental o incentivo à inserção dos povos indígenas nas políticas de compras públicas e de preços mínimos. “Garantir um valor justo da produção, assim como garantir a possibilidade de venda aos mercados institucionais é fundamental para gerar renda a partir das cadeias produtivas sustentáveis e promover a conservação da biodiversidade”, conclui.


Nos últimos dois anos, a Funai investiu aproximadamente R$ 30 milhões em projetos voltados para a geração de renda nas aldeias e fortalecimento cultural dos povos indígenas, atendendo aos preceitos constitucionais de respeito aos usos, costumes e tradições de cada etnia. Os recursos foram destinados para ações que visam a autossuficiência das comunidades indígenas, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas e maquinário agrícola.


Desde o início da pandemia do novo coranavírus, em março de 2020, a Funai já investiu cerca de R$ 18 milhões em ações de etnodesenvolvimento nas aldeias de todo país. Os recursos foram destinados a atividades de piscicultura, roças de subsistência, colheita de lavouras, confecção de máscaras de tecido e artesanato, produção agrícola, casas de farinha, entre outros. O objetivo é fazer com que os indígenas mantenham a produção, além colaborar para que, no pós-pandemia, as etnias invistam em processos de geração de renda.

 

Por Revista Imagem | Fonte Funai

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