OPINIÃO| Coronavírus em Vilhena: até quando a sorte estará ao nosso lado?
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OPINIÃO| Coronavírus em Vilhena: até quando a sorte estará ao nosso lado?

Revista Imagem | 11/06/2020 14:23 | Por José Antonio Sant'Ana*

 

Os governos (Federal, estaduais e municipais) tem ficado entre a cruz e a espada, no que diz respeito à pandemia causada pelo novo coronavírus.


Por um lado existe a necessidade de proteger vidas. Por outro, a de proteger a economia, que também tem a ver com vidas.


Por conta disso, os governantes vivem aquela velha máxima: se correr o bicho pega, e se ficar o bicho come.


Aqui em Rondônia, medidas de enfrentamento são endurecidas e afrouxadas, tanto pelas estatísticas quanto pela pressão da sociedade.

Vilhena é um exemplo disso. Enquanto as estatísticas eram favoráveis, a pressão para a reabertura do comércio foi intensa. O primeiro caso de coronavírus em Rondônia foi registrado no dia 20/03. Apenas 15 dias depois, no dia 5/04, é que Vilhena registrou seu primeiro caso.


E durante muitos dias, o município viveu, uma situação atípica no estado, com um crescimento bem lento no número de casos. Por 24 dias, Vilhena conviveu com apenas um caso de coronavírus. Somente no dia 29/04 é que o município registrou se segundo caso.


Mas, o que explica termos convivido durante tanto tempo com essa situação atípica? Na minha opinião: SORTE.


Não quero tirar o mérito das medidas de prevenção iniciais tomadas pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. Porém, basta observar o comportamento de boa parte dos vilhenenses para concluir que se não fosse o fator sorte, teríamos um número bem maior de infectados.


Infelizmente, enquanto alguns se cuidam, outros não se importam ou se importam pouco com o problema. E eu tenho minha teoria sobre o porque disso: o distanciamento. Mas não o distanciamento social, e sim a distância da própria doença. Enquanto o covid-19 for um problema apenas para as cidades onde o sistema de saúde já sucumbiu diante da doença, boa parte de nós continuará não dando a devida atenção ao problema.


É que não se importar ou minimizar o problema cria uma sensação de proteção. Porém, é uma sensação de falsa segurança.

Mas a sorte não dura pra sempre. Embora a nossa tenha durado por 60 dias. Esse foi o tempo que Vilhena levou para superar a casa dos 100 casos de coronavírus. Até a última sexta-feira, dia 5/6, o município tinha 91 casos. Ontem, dia 10/5, tinha 214 casos e 2 mortes. Em apenas cinco dias, Vilhena mais que dobrou o número positivados.


E o que é interessante, tanto há 60 dias quanto agora, o comportamento das pessoas não muda. Parece que mesmo com o perigo batendo à porta, continuamos querendo viver com essa falsa sensação de segurança. É mais confortável viver assim. Mas, não mais seguro.

 

*José Antonio Sant'Ana é jornalista, radialista, mestre de cerimônias, professor de oratória, e editor da Revista Imagem



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