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Nuvem de fumaça que atingiu Vilhena pode ter vindo do Mato Grosso

Inpe identificou dezenas de focos de incêndio no MT, ao norte de Vilhena, além de registrar focos próximos à cidade.
 

Revista Imagem - Publicado em 27/08/2020 18:24


Do dia 1º de janeiro até ontem (26), Rondônia registrou 3.354 focos de incêndios. É 47% a menos que o registrado no mesmo período do ano passado. O que não representa nenhum sinal positivo, uma vez que 2019 foi o ano com o maior número de focos de incêndios dos últimos 7 anos. No ano passado foram registrados nesse mesmo período 6.441 focos, um aumento de 183% em relação a 2018.

Números e estatísticas à parte, o fato é que o rondoniense está sentindo na pele, nos olhos, no nariz e nos pulmões os efeitos da fumaça provocada pelas queimadas.


Em Vilhena, por exemplo, a fumaça já vinha incomodando há pelo menos 5 dias, mas nesta quinta-feira a situação ficou ainda pior. Os vilhenenses acordaram com uma nuvem densa de fumaça que levou muitas pessoas aos hospitais com ardência nos olhos e dificuldades para respirar.


De onde veio tanta fumaça?

Mapa do Inpe com registros desta quinta-feira de queimadas próximo à Vilhena e no Mato Grosso

Dados do sistema de monitoramento de queimadas do Inpe, obtidos por nossa reportagem mostravam pelo menos 22 focos de queimadas em Vilhena, em áreas bem próximas da cidade. O Inpe também identificou dezenas de focos de incêndio no Mato Grosso há cerca de 65 km ao norte de Vilhena, o que pode ter intensificado o problema na cidade. A fumaça das queimadas tem compostos tóxicos como monóxido de carbono, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio, além de materiais particulados, com alta capacidade de dispersão – o que faz com que a fuligem possa chegar a locais distantes dos focos de incêndio.


Consequências da fumaça

Imagem registrada por internauta na manhã de hoje na BR-364 em Vilhena


A lista de problemas provocados pela inalação da fumaça de queimadas é grande. Os mais leves são dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.

Os problemas variam de pessoa para pessoa e dependem do tempo de contato com a fumaça. No geral, ela afeta mais as vias respiratórias, agravando os quadros de doenças prévias, como rinite, asma, bronquite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

O problema é que as queimadas não só pioram, como também desencadeiam essas mesmas enfermidades, assim como as cardiovasculares, insuficiência respiratória e pneumonia.


Pra piorar o cenário, a a fumaça leva mais pessoas aos hospitais. No ano passado, a fumaça causada pelos incêndios florestais causou o aumento de 70% nos atendimentos de crianças com problemas respiratórios nos hospitais de Rondônia, segundo estudo da Fiocruz. Estatísticas nada amigáveis em tempos de hospitais já lotados por conta da pandemia do novo coronavírus


Crianças sofrem mais


Segundo a pesquisadora Sandra Hacon, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, as crianças são mais vulneráveis à fumaça das queimadas porque o pulmão ainda está em desenvolvimento. Segundo ela, a criança começa a apresentar um quadro de redução da função pulmonar e isso traz problemas como asma, além de atinger a cognição e o aprendizado das crianças em idade escolar.

Nos idosos, a fumaça atua como agente irritante de vias áreas e pode agravar doenças pré-existentes.

O que fazer?

Mas, como aliviar o desconforto provocado pela fumaça? Segundo especialistas o ideal é manter os ambientes da casa e do trabalho fechados, mas umidificados, com o uso de vaporizadores, bacias com água ou toalhas molhadas.

Outro detalhe é manter uma boa hidratação, principalmente em crianças menores de 5 anos e idosos maiores de 65 anos. E, o mais importante: nesta situação, não se deve fazer exercício físico ao ar livre.

Fora isso, em caso de urgência deve-se buscar ajuda médica imediatamente.

 

Por José Antonio Sant'Ana

Reportagem sugerida pela leitora Adevânia Silveira

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