É como se toda a população de Vilhena tivesse desaparecido; números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores
Revista Imagem - Publicado em 08/08/2020 19:30
Menos de seis meses depois de registrar oficialmente sua primeira morte por covid-19, o Brasil ultrapassou neste sábado (08) a marca de 100 mil óbitos pela doença. Foram mais 905 mortes registradas nas últimas 24 horas, elevando o total para 100.477, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No mesmo dia, o país ainda cruzou a marca de 3 milhões de casos identificados da doença, com o registro de quase 50 mil novas infecções.
Contudo, especialistas e instituições de saúde alertam que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.
Mas mesmo os números oficiais já representam um dos maiores desastres sanitários da história brasileira. Desde a morte do primeiro paciente por covid-19 – uma mulher de 57 anos em São Paulo, em 12 de março – é como se toda a população de Vilhena tivesse desaparecido. Em poucos meses, a covid-19 matou no Brasil praticamente o mesmo número de pessoas que a tuberculose vitimou no país em mais de duas décadas.
Desde maio, o país vem registrando com regularidade cerca de mil mortes por dia. Em meados de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a epidemia no Brasil seguia em expansão, mas que seu crescimento parecia ao menos ter estabilizado e chegado a um platô. Ainda assim, trata-se de uma estabilização com altos números de mortes e de novos casos, que ainda não começaram a baixar. Segundo a OMS, aquele seria o momento de iniciar esforços para derrubar esses índices e finalmente controlar a doença. No entanto, não há nenhum sinal de que haja vontade política para que isso ocorra em breve. É como se essa rotina de centenas de mortes diárias tivesse sido incorporada ao cotidiano.
Apenas um país acumula mais mortes e casos do que o Brasil: os EUA
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