Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários.
Revista Imagem - Publicado em 19/08/2020 07:30
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (18) a realização de testes clínicos no Brasil de mais uma potencial vacina contra covid-19. Batizada de Ad26.COV2.S, a droga é desenvolvida pela Janssen, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson.
O ensaio clínico autorizado é um estudo de fase 3, última etapa antes da aprovação, que costuma envolver milhares de voluntários e visa atestar a eficácia e segurança da vacina. O estudo de fase 1/2 foi iniciado em julho nos Estados Unidos e na Bélgica.
Até 60 mil voluntários devem participar da fase 3 em todo o mundo, sendo 7 mil no Brasil. Ao todo, 20 centros de pesquisa brasileiros aplicarão os testes, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Os voluntários serão recrutados pelos próprios centros.
Os testes serão randomizados, controlados por placebo e duplo-cego (quando nem o examinado nem o examinador sabem o que está sendo utilizado). Cada participante receberá uma dose única da vacina ou placebo. Os primeiros testes estão previstos para setembro.
Segundo a Anvisa, os dados que embasaram a autorização incluíram "estudos não clínicos com a vacina e dados não clínicos e clínicos acumulados de outras vacinas que utilizam a mesma plataforma Ad26". A tecnologia usa um adenovírus construído para codificar a proteína spike (também denominada proteína S) do novo coronavírus.
Em estudo feito com macacos publicado em julho na revista científica Nature, cientistas afirmaram que os animais foram protegidos do vírus com apenas uma dose da Ad26.COV2.S.
A vacina da Janssen é a quarta a ser aprovada para testes clínicos de fase 3 no país. Em 2 de junho foi autorizado o primeiro programa de testes, de um imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca.
Em 3 de julho, a agência deu aval à vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo. O acordo inclui também a transferência de tecnologia e produção da vacina se sua eficácia for comprovada.
E em 21 de julho, a Anvisa autorizou testes clínicos de vacinas desenvolvidas pela empresa BioNTech, da Alemanha, em parceria com a Pfizer, dos Estados Unidos.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por covid-19, acumulando um total de 3,35 milhões de casos e mais de 108 mil óbitos, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde na segunda-feira. Com taxas de infecção ainda em alta, o país acabou se tornando um laboratório de testes de vacinas em desenvolvimento no mundo.
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