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Polícia Federal diz que Jean Oliveira cogitou matar procurador de Justiça

Jean Oliveira (MDB) integrava quadrilha que tentou grilar unidade de conservação, de acordo com investigação

 

Revista Imagem - Publicado em 10/07/2020 20:05


VILHENA - O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Jean Oliveira (MDB), integra uma quadrilha que tentou grilar 64,6 mil hectares dentro de uma unidade de conservação estadual, aponta investigação da Polícia Federal e do Ministério Público do Estado de Rondônia.


De acordo com a investigação, o grupo cogitou até matar um procurador do estado. O plano foi descoberto após desdobramento da Operação Feldberg, deflagrada pela PF em dezembro de 2019.

Para a PF e MP, o objetivo da quadrilha era usar a unidade de conservação da reserva extrativista Rio Pacaás Novos, em Guajará-Mirim, para gerar créditos de desmatamento. Depois, esses créditos seriam vendidos a proprietários rurais de Rondônia que desmataram ilegalmente suas reservas legais e precisam regularizar o passivo ambiental. A área da unidade de conservação estadual é de 64,6 mil hectares.

Segundo a PF, foi encontrado em um site de vendas um anúncio comercializando 34,6 mil hectares, pouco mais da metade da área da unidade de conservação, pelo valor aproximado de R$ 52 milhões. Para a polícia, o restante da área foi negociada.

Além da prática de grilagem e de outros crimes, o relatório da PF, anexado a uma ação do Ministério Público de Rondônia, revela que o grupo cogitou matar o procurador do Estado Matheus Carvalho Dantas, responsável por emitir pareceres ambientais no âmbito na Procuradoria Geral do Estado, por ter se recusado a avalizar a grilagem.


Em um dos áudios gravados, o pecuarista Alexsandro Aparecido Zarelli, apontado pela PF como o líder da quadrilha, sugere matar Dantas.


“Passar fogo?”, pergunta o deputado.


“Mandar o Mateus pro inferno”, afirma Zarelli.


“Vamos atacar ele, ué. Por que cê não falou”, diz Oliveira.


Com a ajuda do parlamentar, Zarelli buscava regularizar a área da Resex conhecida como Seringal Paraty, supostamente de posse da empresa E.A.R. Mezabarba & Martins. Além de especular sobre o assassinato de Dantas, a quadrilha também discutiu a possibilidade de afastá-lo do caso ou de Oliveira apresentar um projeto de lei na Assembleia que legalizaria a grilagem do seringal. Em paralelo, Zarelli e Oliveira também agiram para impedir o desmembramento do cartório de Alta Floresta D’Oeste (a 530 km de Porto Velho), ação que geraria uma propina de R$ 400 mil, segundo conversa gravada pela PF.


Para o Ministério Público, há “fortes indícios de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e organização criminosa, entre outros [crimes]”.


Zarelli está em prisão domiciliar, segundo o Ministério Público. Os inquéritos policiais estão a cargo da PF.


O deputado é filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia Carlão de Oliveira, foragido da Justiça após ser condenado por desvio de recursos —resultado da Operação Dominó, deflagrada pela PF em 2006.

O que dizem os citados

O deputado Jean Oliveira testou positivo para a Covid-19 e também foi diagnosticado com uma bactéria nos pulmões. De acordo com os médicos, ele está com a capacidade respiratória comprometida.

O deputado está internado no hospital Albert Einsten em São Paulo. A assessoria do deputado informou que, neste momento a prioridade é a saúde de Jean Oliveira, e, portanto não vai se manifestar sobre a investigação. Já o empresário Alexsandro Zarelli, apontado como o líder do grupo, está foragido da justiça. Ele chegou a ser preso pela polícia federal na operação Feldberg, em dezembro de 2019, mas consegui fugir da prisão em Cuiabá (MT). A Rede Amazônica não conseguiu contato com a defesa da empresário.

Procurado, o MPRO não quis falar sobre as investigações. Por meio da assessoria, a promotoria disse que o inquérito está com a polícia federal para investigações complementares, e que a procuradoria geral de justiça ainda está analisando algumas 'cautelares do processo'.


 

Por Revista Imagem | Da Redação com informações da Folha de S.Paulo - Foto: Arquivo


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