Controle e prevenção da raiva animal depende da colaboração do produtor rural, por meio da vacinação dos animais.
Revista Imagem - Vilhena-RO | 02/03/2021 - 07:56
O Governo de Rondônia, por intermédio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), intensificou as ações de combate e prevenção da raiva animal em Rondônia, orientando os produtores rurais sobre o protocolo de vacinação e investigando a ocorrência de mordida de morcegos hematófagos nos animais. A raiva animal é transmitida por morcego hematófago, aquele que se alimenta de sangue. Portanto, ela pode ocorrer em qualquer região onde há essa espécie com a doença.
A detecção de casos, por meio da comunicação do produtor a Idaron, traz benefício para a comunidade, pois só assim a Agência, em parceria com os produtores rurais, pode adotar medidas para o controle da doença. “Se essas medidas não forem aplicadas, os casos de raiva vão continuar acontecendo e os produtores da região poderão perder vários animais, muitas vezes sem saber o motivo. Além disso, se trata de uma doença que pode ser transmitida os seres humanos, em caso de contato direto com a saliva do animal doente ou em contato direto com morcegos”, avaliou a Fabiano Benitez, coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da Idaron.
Quando a presença da espécie hematófago é identificada em uma localidade, a equipe treinada da Idaron realiza as atividades de controle da população. “Vale lembrar que o produtor rural não deve desempenhar essa atividade, pois oferece risco para sua vida”, orienta a equipe técnica. As ações de vigilância abrangem ainda, atividades de educação sanitária, com ampla divulgação sobre a enfermidade e as consequências, nos meios de comunicação e distribuição de material educativo nas redes sociais.
O controle e prevenção da raiva depende muito da colaboração do produtor rural, por meio da vacinação dos animais. Os produtores devem vacinar todos os bovinos, búfalos, cavalos, burros, jumentos, ovelhas e cabras existentes nas propriedades, independente do sexo. Devem ainda, aplicar uma dose de reforço da vacina 30 dias após a aplicação da primeira dose. Posteriormente, a vacinação deve ser repetida todo ano.
A Idaron lembra ainda, que a vacinação deverá ser declarada na Agência, com a apresentação da relação dos animais vacinados e da nota fiscal da compra da vacina, utilizando, preferencialmente, os canais de atendimento remoto. A vacinação e a comprovação são obrigatórias apenas para as propriedades situadas até três quilômetros do foco. Já nas propriedades localizadas entre três e 12 quilômetros de distância do foco, a vacinação é somente recomendada, ou seja, de adesão voluntária.
É importante também que a comunidade informe à Idaron a existência de animais com sinais clínicos nervosos como, dificuldade para engolir (parecendo que o animal está engasgado), andar cambaleante, quedas frequentes, dificuldade para se levantar, animais que permanecem apenas deitados ou de mortalidades. Essa comunicação pode ser feita diretamente nos canais de atendimento remoto da Idaron de sua localidade ou pelo site http://www.idaron.ro.gov.br na aba notificação de doenças ou até mesmo ligando no 0800 643 4337. A ocorrência de ataques de morcegos a animais ou a pessoas e a existência de colônias de morcegos também deve ser comunicada. “Aplicando todas essas medidas, a raiva será controlada, evitando novos casos”.
COMUNICAÇÃO DO FOCO
No dia 27 de janeiro, em Parecis, a ocorrência de animais doentes com suspeita de raiva foi comunicada à Idaron. No dia seguinte, foi iniciada a investigação da ocorrência de mortalidade com coleta de amostras para diagnóstico laboratorial. O processo de investigação foi realizado em conjunto com o médico veterinário da propriedade, que também coletou materiais para diagnóstico de raiva e de outras doenças.
Foram investigadas as amostras de quatro bovinos e em 11 de fevereiro todos resultaram positivo para raiva. Desta forma, se iniciou as medidas de controle e prevenção da doença. Até o momento, morreram 10 bovinos na propriedade onde apareceu o foco. Os principais sinais clínicos observados foram isolamento do rebanho, andar cambaleante, quedas frequentes e posteriormente os animais se deitavam e apresentavam muita dificuldade para se levantar, ou não se levantavam mais. Alguns desses animais já foram encontrados mortos.
Os trabalhos foram iniciados após a confirmação de foco de raiva na espécie bovina, no município. A Agência atua nas propriedades rurais da região onde foi identificado o foco da doença, realizando diversas ações sanitárias de vigilância nas 63 propriedades, localizadas num raio de até 12 quilômetros do local. O objetivo é identificar novos focos e, principalmente, prevenir a ocorrência de novos casos, por meio da vacinação dos rebanhos e do controle de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue, que são os transmissores da doença. A Secretaria Municipal de Saúde de Parecis foi notificada da ocorrência do foco para as devidas providências junto às pessoas que manipularam animais enfermos.
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